O feminicídio da professora Danielle Dias de Paula, ocorrido no dia 1º de março, gerou forte comoção aqui em Aparecida de Goiânia. Em resposta, o governador Ronaldo Caiado esteve nesta quinta-feira (6/3) no Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Michelle do Prado Rodrigues, onde a educadora trabalhava como gestora. Durante a visita, ele manifestou solidariedade aos colegas e alunos e destacou a necessidade de ampliar as ações de combate à violência contra mulheres.

Caiado classificou o feminicídio como uma das maiores tragédias sociais e ressaltou o compromisso do Estado em punir os responsáveis e proteger possíveis vítimas. Segundo ele, denúncias são fundamentais para que as autoridades possam agir rapidamente. O governador também enfatizou a importância dos programas estaduais voltados ao acolhimento de mulheres em situação de vulnerabilidade.

“É essencial que as mulheres saibam que não estão sozinhas”, afirmou Caiado. O governador destacou que, ao receber uma denúncia, o Estado pode agir de maneira rápida para proteger a vítima e monitorar o agressor. Ele mencionou que muitas mulheres se sentem intimidadas e inseguras para denunciar, mas reforçou que há políticas públicas para garantir proteção.

Medidas de apoio às vítimas

Durante o encontro, o governador citou programas estaduais voltados à proteção das mulheres, como o Goiás por Elas, que oferece transferência de renda para vítimas de violência, e o aplicativo Mulher Segura, que possibilita denúncias diretas às autoridades. Além disso, Goiás conta com o Batalhão Maria da Penha, especializado no atendimento a casos de agressão doméstica, atuando tanto na capital quanto no interior.

Ele também ressaltou a importância do programa Mães de Goiás, que auxilia financeiramente mulheres em situação de vulnerabilidade, e do Aluguel Social, que pode ser acionado por aquelas que precisam sair de casa para escapar de situações de risco. Segundo o governador, essas iniciativas têm como objetivo garantir segurança e autonomia para as mulheres vítimas de violência doméstica.

A secretária de Educação, Fátima Gavioli, também presente na visita, lembrou que o plano de carreira da rede estadual prevê medidas para servidoras que enfrentam violência doméstica. Elas têm prioridade na transferência de unidade, garantindo mais segurança e tranquilidade. “Nosso objetivo é fazer com que nenhuma mulher precise enfrentar essa situação sozinha”, afirmou.

Criação de redes de apoio nas escolas

A visita ao Cepi Michelle do Prado Rodrigues reuniu representantes da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), professores e servidores administrativos. A escola suspendeu as aulas temporariamente devido ao impacto da tragédia. No encontro, Caiado sugeriu a criação de redes internas de apoio nas unidades escolares para identificar e prevenir casos de violência doméstica.

Ele destacou que 82% dos servidores da educação são mulheres, tornando o ambiente escolar um local estratégico para conscientização e suporte às vítimas. O governador pediu união entre professores, alunos e funcionários para que casos como o de Danielle não voltem a acontecer. Segundo ele, as escolas podem atuar como um espaço seguro, onde mulheres possam encontrar apoio e orientação sobre como denunciar.

A secretária Fátima Gavioli complementou que a rede estadual de ensino tem buscado cada vez mais formas de apoiar suas servidoras. “O Estado está aqui para garantir acolhimento e proteção. O combate à violência contra a mulher deve ser uma causa de todos nós”, afirmou.

Retorno das aulas e acolhimento aos alunos

As aulas no Cepi Michelle do Prado Rodrigues serão retomadas na próxima segunda-feira (10/3). Durante o encontro, gestores da educação e professores também discutiram medidas para acolher os alunos e funcionários após o ocorrido. A Seduc destacou que oferecerá suporte psicológico para a comunidade escolar afetada pelo crime.

O caso de Danielle reforçou a necessidade de fortalecer as políticas de proteção às mulheres e estimular a denúncia de agressões. O governo do Estado segue reforçando campanhas de conscientização e ampliando os canais de apoio às vítimas. A expectativa é que, com o engajamento da sociedade e o fortalecimento das políticas públicas, crimes como esse possam ser evitados.