Os vereadores de Aparecida de Goiânia aprovaram nesta terça-feira (19) um reajuste de 53% em seus próprios salários. A medida, que passará a valer a partir de 1º de janeiro de 2025, eleva os vencimentos dos parlamentares municipais de R$ 18 mil para R$ 27.647. A decisão foi tomada durante sessão ordinária e contou com ampla maioria, sendo rejeitada apenas por dois parlamentares, Gleison Flávio (PL) e Sandro Oliveira (MDB), outros 6 vereadores não votaram.

Mudanças e Argumentos

Segundo a Mesa Diretora da Câmara, o reajuste é justificado pela ausência de atualizações nos subsídios dos vereadores desde 2013. Além disso, o Legislativo local aponta que as condições administrativas e benefícios dos parlamentares em Aparecida são inferiores à média nacional, incluindo a ausência de verbas de gabinete e auxílios adicionais.

A proposta também prevê impactos nos salários de outras funções políticas do município, como secretários municipais e o prefeito, cujos vencimentos podem ser equiparados ou até ultrapassar os dos vereadores. No entanto, a Câmara afirma que o aumento não gerará impacto adicional no orçamento público, já que o duodécimo repassado pela Prefeitura permanecerá inalterado.

Ainda assim, o reajuste foi alvo de críticas. Gleison Flávio (PL), um dos dois parlamentares contrários à medida, classificou o aumento como “desproporcional” em relação à realidade socioeconômica da cidade. Ele destacou que a média salarial em Aparecida de Goiânia gira em torno de R$ 2.500 a R$ 2.700, enquanto os novos vencimentos dos vereadores alcançarão dez vezes esse valor.

Contexto e Próximos Passos

A nova legislatura, que entrará em vigor em 2025, contará com apenas sete dos 25 vereadores reeleitos, incluindo Gleison Flávio, Camila Rosa (UB) e André Fortaleza (PL). Este último, presidente da Câmara, justificou que o reajuste está em conformidade com a Constituição Federal e reflete o crescimento populacional de Aparecida, hoje com mais de 500 mil habitantes.

Apesar da aprovação, o projeto ainda depende de sanção para entrar em vigor. Caso seja vetado, a proposta retornará à Câmara para uma nova apreciação.

Como Cada Um Votou

Vereadores que votaram a favor:

• Araújo (União Brasil)
• Amendoim (União Brasil)
• Diony Nery (MDB)
• Domingos Rodrigues (PL)
• Edinho Carvalho (MDB)
• Élio Bom Sucesso (PL)
• Erivelton Contador (União Brasil)
• Fábio Ideal (MDB)
• Getúlio Andrade (PL)
• Gilsão Meu Povo (MDB)
• Hans Miller (MDB)
• Isaac Martins (União Brasil)
• Leandro da Pamonharia (PL)
• Lelis Pereira (União Brasil)
• Marcelo da Saúde (PSDB)
• Roberto Chaveiro (PP)
• Zé Filho (PSDB)

Vereadores que votaram contra

• Gleison Flávio (PL)
• Sandro Oliveira (MDB)

Tanto Gleison Flávio quanto o Sandro Oliveira votaram a favor inicialmente, mas pediram para mudar o voto após justificarem que haviam se confundido.

Vereadores que não votaram

• André Fortaleza (PL)
• Camila Rosa (União Brasil)
• Kezio Montalvão (SD)
• Marcos Miranda (Republicanos)
• Valéria Pettersen (MDB)
• Willian Panda (PSDB

Vereadores Reeleitos

É importante notar que apenas 7 vereadores se reelegeram e serão beneficiados com o aumento do salário, são eles:

• André Fortaleza (PL)
• Camila Rosa (União Brasil)
• Edinho Carvalho (MDB)
• Gilsão Meu Povo (MDB)
• Gleison Flávio (PL)
• Isaac Martins (União Brasil)
• Roberto Chaveiro (PP)

Dos reeleitos apenas André Fortaleza e Camila Rosa que não votaram.

Impactos na Cidade

O aumento nos salários dos vereadores levanta questionamentos sobre como a medida afetará as contas públicas, sobretudo se outros cargos políticos também tiverem seus vencimentos equiparados. Embora a Câmara afirme que o reajuste está dentro dos limites legais, a reação popular e a proporcionalidade em relação à média salarial local seguem como pontos centrais do debate.

Enquanto isso, a população de Aparecida aguarda desdobramentos e medidas que justifiquem o aumento, em termos de atuação parlamentar e melhorias concretas para a cidade.