Redução de horário nos Cmei’s preocupa pais e gera debate

A foto mostra crianças uniformizadas, sentadas em cadeiras brancas com detalhes laranja, em um ambiente escolar do Cmei. Ao fundo, há murais decorativos, outras crianças e adultos interagindo.
Crianças em atividade no Cmei de Aparecida, onde a redução de horário preocupa pais e educadores. (Foto: Divulgação)

A administração municipal de Aparecida de Goiânia informou que, a partir de 2025, crianças de 4 e 5 anos atendidas nos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmei’s) passarão a frequentar as unidades apenas em meio período. A medida visa ampliar o número de famílias atendidas, mas tem gerado descontentamento entre os responsáveis, que apontam impactos negativos na qualidade do ensino e na rotina das crianças.

Durante 2024, a administração municipal acumulou um déficit de aproximadamente nove mil crianças fora dos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmei’s). Como alternativa, a gestão decidiu restringir o atendimento integral, reduzindo a carga horária para meio período a partir de 2025. A decisão, entretanto, tem gerado ampla repercussão negativa, especialmente entre os responsáveis que dependem do modelo integral para conciliar a educação dos filhos com suas atividades profissionais.

Atualmente, Aparecida de Goiânia conta com 33 Cmei’s que oferecem atendimento integral, cada um com cerca de 40 crianças entre os agrupamentos IV e V. A decisão da Prefeitura implica que, a partir de 2025, essas crianças terão de frequentar os Cmei’s em turnos alternados, sendo o matutino das 7h às 11h15 e o vespertino das 13h às 17h15. A justificativa oficial é ampliar o número de crianças atendidas, reduzindo a fila de espera.

Natália Araújo, uma das mães prejudicadas pela medida e organizadora de um abaixo-assinado contra a decisão, chamou atenção para o impacto severo dessa mudança. Muitas crianças atendidas pelos Cmei’s pertencem a famílias em situação de vulnerabilidade social, e as refeições oferecidas nas unidades são, frequentemente, a principal fonte de nutrição dessas crianças. A alteração não apenas compromete a segurança alimentar, mas também reduz o estímulo educacional em uma fase crucial do desenvolvimento.

A decisão também gerou críticas entre educadores, que apontam que o modelo de ensino integral é fundamental para o aprendizado consistente, especialmente para crianças já adaptadas ao ambiente escolar. A redução de horas afeta o ritmo pedagógico e pode trazer dificuldades adicionais para famílias de mães solo, que representam 15% dos lares brasileiros.

Por outro lado, a Prefeitura afirma que a medida foi estudada em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Em nota oficial, a Secretaria de Educação explicou que a parcialização do atendimento foi definida para democratizar o acesso às vagas disponíveis e atender mais crianças da faixa etária. A renovação de matrículas continuará, e os pais poderão escolher o turno a partir de 2 de janeiro.

A futura responsável pela Secretaria Municipal de Educação em 2025 declarou que ainda não dispõe de informações completas sobre o déficit de vagas e que realizará uma avaliação detalhada ao assumir o cargo. Segundo ela, será necessário um diagnóstico aprofundado para identificar soluções regionais que permitam ampliar o atendimento sem comprometer a qualidade. A nova gestão também planeja trabalhar na criação de novas vagas e no fortalecimento do ensino fundamental, considerando a possibilidade de incluir crianças da primeira infância em ciclos iniciais, conforme previsto na legislação vigente.

Enquanto aguardam respostas concretas, famílias como a de Natália seguem se mobilizando para a Prefeitura revisar a decisão. A redução no atendimento é vista como um retrocesso no acesso à educação infantil de qualidade, especialmente em áreas mais vulneráveis de Aparecida de Goiânia.

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