Na madrugada de segunda-feira (11), uma motorista embriagada foi presa em flagrante em Aparecida de Goiânia após atropelar dois policiais durante uma blitz realizada pela Polícia Militar. O episódio, ocorrido na Avenida Atlântica, deixou um dos agentes gravemente ferido e resultou em críticas sobre a rápida soltura da motorista, que foi liberada menos de 24 horas depois, após uma audiência de custódia realizada nesta terça-feira (12).

Atropelamento durante a blitz

Segundo a Polícia Militar, a blitz tinha como objetivo aumentar a segurança nas vias, buscando identificar motoristas em situação irregular, além de recuperar veículos e apreender armas e foragidos. No entanto, ao se aproximar do bloqueio policial em alta velocidade, a motorista embriagada perdeu o controle e colidiu contra uma viatura estacionada, atingindo dois policiais. Um dos agentes, que estava no comando da operação, sofreu lesões graves e precisou ser encaminhado ao hospital para uma cirurgia de emergência. Ele permanece em recuperação, enquanto o segundo policial sofreu ferimentos leves e foi atendido no local.

Reação da motorista e abordagem policial

Durante a abordagem, a condutora ironizou a situação, admitindo haver consumido álcool antes de dirigir. Conforme os policiais presentes, a motorista recusou-se a realizar o teste do bafômetro, afirmando que “havia bebido uma cerveja forte” e que o teste apontaria o consumo de álcool. A atitude desafiadora da mulher durante a abordagem foi registrada pelos agentes e divulgada posteriormente nas redes sociais do 2º Comando Regional da PM, gerando grande repercussão.

Desabafo policial nas redes sociais

Após a soltura da motorista, um policial do 2º Comando Regional da PM compartilhou nas redes sociais um vídeo com um desabafo sobre o ocorrido. No vídeo, o agente questiona a rápida soltura da motorista, ressaltando o impacto da decisão na segurança pública e na rotina dos agentes. Ele destacou que, enquanto a motorista foi liberada, três policiais e uma viatura permanecem afastados das ruas de Aparecida de Goiânia, impactando a segurança dos cidadãos.

O policial também comentou sobre o esforço e os riscos que os agentes enfrentam ao realizar operações como a blitz. Segundo ele, a liberação de suspeitos logo após serem presos compromete o trabalho da polícia, além de enfraquecer a sensação de segurança na comunidade.

Questões legais e audiência de custódia

A audiência de custódia, realizada no dia seguinte ao atropelamento, analisou a prisão em flagrante e decidiu pela liberação da motorista até a conclusão do processo. O procedimento é um direito garantido pela legislação brasileira, que determina a apresentação de presos em flagrante a um juiz em até 24 horas para avaliar a legalidade da prisão e possíveis medidas cautelares.

Entretanto, o caso reacendeu o debate sobre as consequências de delitos relacionados à embriaguez ao volante e a aplicabilidade das audiências de custódia em situações de violência contra agentes de segurança. Especialistas defendem que, embora a audiência de custódia seja essencial para garantir os direitos do suspeito, ela também deve considerar o impacto de delitos graves na segurança pública.

Impacto no trabalho dos agentes de segurança

O caso levantou uma discussão entre profissionais da segurança e a sociedade sobre a impunidade em casos de embriaguez ao volante resultando em violência contra agentes de segurança. Enquanto o policial atropelado ainda se recupera das lesões e permanece afastado, a soltura da motorista levantou questionamentos sobre o respaldo dado aos agentes no exercício de suas funções.

Para os policiais, situações como essa refletem a dificuldade em garantir que indivíduos que coloquem a vida de outros em risco sejam responsabilizados proporcionalmente. A Polícia Militar reafirmou seu compromisso com a segurança e a proteção da sociedade, ressaltando que continuará a realizar ações de fiscalização para coibir infrações como o consumo de álcool ao volante.