Um líder religioso foi detido na manhã desta quinta-feira (1º) em Aparecida de Goiânia, acusado de operar diversas clínicas de recuperação clandestinas em Aparecida de Goiânia, Anápolis e outras cidades. As instituições recebiam tanto dependentes químicos quanto pacientes com doenças psicológicas, e operavam sem as licenças necessárias e em condições precárias.

A prisão foi efetuada pela Polícia Civil, em uma operação liderada pelo delegado Sérgio Henrique Alves. O suspeito, de 39 anos, foi encontrado escondido em Aparecida de Goiânia, onde também mantinha uma das clínicas. Segundo as investigações, o homem gerenciava várias instituições ilegais, utilizando laranjas para registrar as empresas em nome de terceiros, enquanto ele recebia os pagamentos dos familiares dos pacientes.

As clínicas, conhecidas como “comunidades terapêuticas”, mantinham os pacientes contra a vontade, configurando cárcere privado. Um dos internos, que estava há mais tempo, comandava os tratamentos e a administração de medicamentos sem supervisão adequada. O esquema contava ainda com a colaboração de um médico psiquiatra, que liberava medicações controladas para os pacientes.

As condições das clínicas eram extremamente precárias, com mobílias de baixa qualidade e relatos de violência contra os pacientes. Além disso, as instituições recebiam pessoas com doenças psicológicas que necessitavam de tratamento especializado em hospitais psiquiátricos, mas eram internadas nessas clínicas sem suporte médico adequado.

O delegado informou que, apesar de ter formação religiosa, o suspeito não tinha vínculo com nenhuma igreja oficial. Ele será indiciado por crimes de estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso, lavagem de dinheiro, cárcere privado e exercício ilegal da medicina. Outras pessoas envolvidas na operação das clínicas também estão sendo investigadas.

Os pacientes foram transferidos para unidades de saúde, onde passaram por exames para verificar sua integridade física. O suspeito foi levado à Casa do Albergado, onde aguardará a audiência de custódia.

O líder religioso estava foragido há cerca de quatro meses, desde que a Polícia Civil fechou uma de suas clínicas em Hidrolândia, denominada Recanto do Bosque. Antes disso, ele já havia operado uma instituição semelhante em São Luís de Montes Belos, sua cidade natal.

A prisão deste líder religioso e o desmantelamento de suas clínicas clandestinas ressaltam a importância da fiscalização rigorosa e das denúncias da população para combater práticas ilegais que colocam em risco a saúde e a segurança de indivíduos vulneráveis. A Polícia Civil e outras autoridades continuarão investigando o caso para garantir que todos os envolvidos sejam responsabilizados.