A Justiça determinou a soltura de Yeda Freitas, influenciadora digital de 31 anos, que havia sido presa sob suspeita de planejar, ao lado de seu namorado, Gabriel Felipe Arantes Silva, um falso sequestro para extorquir dinheiro de um familiar. A decisão foi tomada por não haver requisitos suficientes para manter a prisão preventiva, e Yeda agora deve cumprir algumas condições durante a liberdade provisória, incluindo apresentações quinzenais à Justiça.

O episódio ocorreu em Aparecida de Goiânia, quando Yeda e Gabriel foram acusados de simular o sequestro do próprio Gabriel, pedindo resgate de R$ 1 mil ao tio do rapaz. Segundo as investigações da Polícia Civil, o casal teria planejado o golpe para quitar o aluguel atrasado da mãe de Yeda. Durante a operação que resultou na prisão do casal, Gabriel admitiu que toda a situação havia sido forjada para obter o valor solicitado ao tio.

A decisão judicial e as condições da liberdade provisória

A decisão judicial de soltura foi tomada na terça-feira (12) e incluiu condições impostas pela juíza Wilsianne Ferreira Novato. Entre as exigências, Yeda deverá se apresentar quinzenalmente à Justiça, evitar contato com a vítima e manter-se em casa após as 19h. Caso alguma dessas condições seja descumprida, a influenciadora poderá perder o benefício da liberdade provisória.

A sentença menciona que Yeda não estava detida por outro processo de homicídio em que é investigada, o que também influenciou na decisão de soltura. Em 2023, Yeda havia sido implicada em uma investigação sobre um assassinato em Goiânia, supostamente vinculado ao tráfico de drogas, no qual seu ex-namorado é o principal suspeito.

O plano de extorsão e a atuação da Polícia Civil

Segundo a Polícia Civil, Gabriel, de 26 anos, enviou mensagens de áudio ao tio relatando ter sido abordado por policiais e levado sob custódia por suposta posse de drogas. No áudio, Gabriel explicava que precisaria de R$ 1 mil para evitar ser preso. Convencido pela história, o tio realizou a transferência via PIX, conforme pedido pelo sobrinho. Além de mensagens de áudio, Gabriel também enviou imagens de “visualização única” no celular, nas quais aparecia com as mãos para trás, simulando uma situação de rendição.

Quando a Polícia Civil foi acionada, iniciou buscas e localizou o casal na residência de Yeda. No local, a polícia encontrou o veículo que Gabriel havia mostrado nas mensagens e, após o depoimento de Gabriel, que admitiu a farsa, os dois foram detidos em flagrante. Em depoimento, a mãe de Yeda declarou desconhecer a origem do dinheiro e afirmou que jamais aceitaria se soubesse da tentativa de extorsão.

Defesa do casal e histórico de envolvimento em outro caso

A defesa de Yeda declarou que ela não teve envolvimento com o plano de extorsão e que Gabriel assumiu integral responsabilidade pelos fatos. No entanto, Gabriel, em uma versão anterior, alegava que o crime não configurava extorsão, sugerindo que poderia se tratar de estelionato, uma vez que, segundo ele, não houve ameaça explícita à vítima.

Em relação ao caso de homicídio, Yeda foi investigada em 2023 como suspeita de envolvimento em um assassinato, ocorrido em 2022. A investigação aponta que seu ex-namorado teria planejado a morte de Douglas Henrique Silva, que teria dívidas ligadas ao tráfico. Segundo a Polícia Civil, Yeda teria se beneficiado financeiramente do esquema de tráfico e poderia ter colaborado com a armadilha que resultou no homicídio. O julgamento desse caso está marcado para fevereiro de 2025.

Notas da defesa

Os advogados de Yeda afirmaram que ela não participou da execução do falso sequestro e que Gabriel confessou a autoria completa do crime. Já a defesa de Gabriel alega que o caso pode não configurar extorsão, dada a ausência de ameaça violenta, sugerindo que o caso seja tratado como estelionato.

A influenciadora seguirá em liberdade provisória, devendo cumprir as condições estabelecidas pela Justiça enquanto aguarda o desenrolar dos processos.