Homem espancado e queimado por dono de supermercado e funcionários falece em Aparecida de Goiânia
- Publicado em
- atualizado às 11:13
Na manhã desta terça-feira (10), um homem de 28 anos faleceu após ter sido espancado e queimado vivo pelo dono de um supermercado e três de seus funcionários em Aparecida de Goiânia. O crime, que ocorreu na última sexta-feira (6), teria sido motivado pela acusação de furto de uma sandália no estabelecimento.
Segundo a Polícia Civil, os suspeitos confessaram o crime. Eles alegaram que a vítima foi flagrada furtando uma sandália e, em resposta, foi espancada com uma barra de ferro e, em seguida, teve álcool jogado sobre o corpo antes de ser incendiada. Após a violência, o homem foi abandonado em uma área rural do distrito de Nova Fátima, em Hidrolândia.
Resgate e internação
Apesar dos ferimentos graves, a vítima conseguiu se arrastar até uma fazenda nas proximidades, onde pediu ajuda a um morador. O fazendeiro acionou imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a Polícia Militar. O homem foi levado em estado crítico ao Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia, onde foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), respirando com a ajuda de aparelhos. No entanto, devido à gravidade dos ferimentos e das queimaduras, ele faleceu na manhã desta terça-feira.
Investigação e prisões
Os quatro envolvidos – o proprietário do supermercado e três funcionários – foram presos pela polícia. Segundo o delegado Adriano Jaime, responsável pelo caso, os suspeitos inicialmente confessaram o crime aos policiais, mas permaneceram em silêncio durante o auto de prisão em flagrante.
Após audiência de custódia, um dos funcionários foi liberado, enquanto os demais tiveram a prisão preventiva decretada e seguem detidos, sendo investigados agora por homicídio qualificado. O delegado afirmou que as circunstâncias indicam clara intenção de matar, uma vez que a vítima foi espancada e queimada, além de ser abandonada em uma área rural isolada, o que dificultou sua possibilidade de sobrevivência.
Alegações da defesa
O advogado dos suspeitos, Márcio de Andrade, lamentou publicamente a morte da vítima e afirmou que a empresa cogita oferecer ajuda financeira à família. A defesa também alegou que a vítima estava armada com uma faca no momento do suposto furto e que teria ferido um dos funcionários durante a ação. Contudo, até o momento, a Polícia Civil afirmou não haver registros dessas alegações nos autos da investigação.
Em nota, o advogado disse: “A empresa lamenta profundamente a morte do senhor Daniel e vai prestar assistência financeira à família. Reiteramos, no entanto, que a vítima já possuía antecedentes criminais, sendo flagrada portando uma faca durante o roubo de diversos itens do estabelecimento. As informações serão devidamente comprovadas nos autos do processo.”
Histórico da vítima
Segundo o boletim de ocorrência, o homem já havia sido preso anteriormente por roubo e estava em monitoramento por tornozeleira eletrônica desde março deste ano. A Polícia Civil destacou que, mesmo com o histórico criminal da vítima, as ações dos suspeitos caracterizam homicídio qualificado, uma vez que as agressões foram intensas e o abandono em uma área rural isolada demonstrou a intenção de matar.
Continuidade das investigações
Com a morte da vítima, a Polícia Civil intensificou as investigações para entender todos os detalhes do crime. A expectativa é que os três envolvidos presos sejam processados por homicídio qualificado, enquanto o funcionário liberado pode ser indiciado por outros crimes, caso sua participação no caso seja comprovada.
O delegado Adriano Jaime reforçou que as investigações estão em andamento e que o inquérito deverá apurar todas as circunstâncias envolvendo o espancamento e a morte. “A intenção era clara: matar a vítima, espancando e queimando-a viva, além de abandoná-la em um local onde as chances de sobreviver eram mínimas”, explicou o delegado.
Repercussão do caso
O crime chocou a comunidade local e gerou grande repercussão nas redes sociais. Diversos grupos e ativistas pedem justiça pela morte da vítima e a responsabilização dos envolvidos. Ao mesmo tempo, o caso levanta discussões sobre a violência e os métodos utilizados por indivíduos para lidar com pequenos furtos em estabelecimentos comerciais.
Os familiares da vítima ainda não se pronunciaram oficialmente, enquanto a comunidade de Aparecida de Goiânia acompanha de perto o desenrolar do caso.
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