Funcionárias de transportadora em Aparecida são indiciadas por desvio de R$ 1 Milhão
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A Polícia Civil de Goiás indiciou duas funcionárias de uma transportadora localizada em Aparecida de Goiânia por furto qualificado com abuso de confiança. As duas são suspeitas de terem desviado mais de R$ 1 milhão em pagamentos de frete de clientes da empresa. O caso foi divulgado na segunda-feira (2) e chocou a comunidade local, destacando a audácia das envolvidas.
Conforme as investigações, as suspeitas, identificadas como Adriele Arcanjo Canela e Giselly Maria Pereira Barbosa, utilizaram uma estratégia sofisticada para desviar os recursos. Elas criavam várias contas em bancos digitais utilizando os nomes da empresa e do proprietário, facilitando a transferência ilegal dos valores recebidos pelos serviços de frete. A fraude iniciou quando as funcionárias, que trabalhavam no setor administrativo da transportadora, enganaram o proprietário ao solicitar que ele liberasse a identificação facial necessária para supostas atualizações em aplicativos de frete. Na realidade, elas usavam essa permissão para acessar as contas fraudulentas e desviar o dinheiro.
A proprietária da transportadora, que optou por não se identificar, relatou à reportagem que o esquema levou a empresa a uma crise financeira grave. “Devido aos prejuízos, fomos forçados a reduzir nossa equipe de 12 para apenas três funcionários. Meu marido precisou voltar a trabalhar como motorista e carreteiro para tentar manter o negócio funcionando”, afirmou. Ela ainda relatou que o faturamento da empresa caiu pela metade desde a descoberta do golpe.
As suspeitas, que trabalhavam na empresa desde 2019 e 2022, usaram o dinheiro desviado para comprar bens de luxo, incluindo televisores, computadores e até um caminhão. A fraude foi descoberta quando os proprietários começaram a receber ligações de bancos e lojas que indicavam a existência de contas em nome da empresa e do proprietário, contas essas que eles não tinham conhecimento.
Um dos principais erros cometidos pelas funcionárias foi a decisão de enviar os cartões bancários físicos para suas próprias residências, o que acabou sendo uma das principais pistas para a polícia. Após uma longa investigação, que incluiu a quebra do sigilo bancário das suspeitas, a Polícia Civil conseguiu reunir provas suficientes para indiciá-las por furto qualificado.
Apesar da gravidade do crime, a Justiça negou o pedido de prisão preventiva das acusadas, que responderão ao processo em liberdade. A defesa de Adriele Arcanjo Canela afirmou que as provas irão provar sua inocência. Já a defesa de Giselly Maria Pereira Barbosa ainda não se manifestou publicamente.
O caso, que ocorreu no final de 2023, continua sendo investigado, e a polícia espera identificar se há outros envolvidos ou se mais recursos foram desviados além do valor já confirmado. Enquanto isso, a transportadora luta para se recuperar do golpe financeiro que abalou sua estrutura.
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