A gestão da Prefeitura de Aparecida de Goiânia tem enfrentado dois desafios urgentes: regularizar os pagamentos dos servidores municipais e combater o descarte irregular de lixo na cidade. O prefeito Leandro Vilela (MDB) tem adotado medidas para solucionar ambos os problemas, buscando recuperar a confiança dos servidores e garantir que o dinheiro público seja usado de forma eficiente.

Regularização dos pagamentos e dívida herdada

Ao assumir o cargo, Vilela encontrou um déficit de aproximadamente R$ 500 milhões nos cofres municipais, sendo que apenas R$ 9 milhões estavam disponíveis para uso. Além disso, a administração anterior deixou uma dívida de R$ 58 milhões referente aos salários dos servidores, o que levou a atual gestão a parcelar o pagamento da folha de dezembro em três partes.

A primeira parcela foi quitada em 21 de janeiro, a segunda foi antecipada e paga em 20 de fevereiro e a última está prevista para 21 de março. O acordo foi firmado entre a Prefeitura e os servidores em assembleia, com a participação de sindicatos e vereadores.

Além de garantir que todos os atrasos sejam resolvidos, a gestão de Vilela assegurou que os pagamentos dos salários de janeiro e fevereiro fossem realizados dentro do prazo. “Nosso compromisso é com os servidores. Sabemos das dificuldades enfrentadas por eles e estamos trabalhando com responsabilidade para colocar a casa em ordem”, afirmou o prefeito.

Para dar exemplo de austeridade, Vilela também anunciou a suspensão do seu próprio salário até que todas as pendências sejam resolvidas. “A Prefeitura estava quebrada, mas estamos reconstruindo a cidade. Suspendi meu salário como um gesto simbólico de respeito aos servidores”, declarou.

Serviços essenciais comprometidos

Durante a transição, a nova gestão já previa um déficit de cerca de R$ 200 milhões. No entanto, ao assumir a administração, a equipe descobriu que a situação era ainda pior, com uma dívida de meio bilhão de reais.

Além disso, diversos serviços essenciais estavam comprometidos. A internet da Prefeitura, fornecida pela Oi, estava há seis meses sem pagamento, afetando o funcionamento de várias secretarias. Ambulâncias estavam sem combustível porque o fornecedor também não havia recebido seus pagamentos. Além disso, R$ 135 milhões foram gastos com “fornecedores escolhidos a dedo”, segundo Vilela, enquanto servidores tinham seus salários atrasados.

Descarte irregular de lixo: um problema recorrente

Outro problema que a atual gestão está enfrentando é o descarte ilegal de lixo e entulho em várias regiões da cidade. Recentemente, o prefeito vistoriou uma área no setor Buriti Sereno, onde constatou que o local, limpo pela Prefeitura na semana anterior, já estava novamente tomado por entulho.

Entre os resíduos encontrados, havia isopor, gesso e tijolos, sugerindo que empresas estão descartando materiais de construção de forma irregular. Para combater o problema, a Prefeitura tem investido mais de R$ 1,5 milhão por mês na limpeza desses pontos clandestinos. “Esse dinheiro poderia estar sendo investido em saúde, educação e obras, mas estamos gastando para limpar lixo que não deveria estar aqui”, lamentou Vilela.

A cidade tem mais de 40 pontos de descarte clandestino, dos quais 30 já foram limpos, mas muitos voltaram a acumular lixo. Para conter a reincidência, a Prefeitura iniciou a “Operação Aparecida Limpa”, envolvendo as Secretarias de Meio Ambiente, Segurança Pública e Desenvolvimento Urbano. Durante uma das ações na Avenida Princesa Isabel, no Buriti Sereno, foram retiradas 775 toneladas de lixo e registrados cinco flagrantes de descarte ilegal.

Vilela pediu o apoio da população para denunciar os responsáveis. “Quem presenciar o descarte irregular, anote a placa do veículo, o nome da empresa e nos informe. Vamos aplicar multas e tomar providências”, afirmou.

Denúncias podem ser feitas pelos telefones (62) 3238-7243 e (62) 98459-1661, além do telefone da Guarda Civil Municipal: 153.