Davi Isac Rodrigo Lopes, um menino de apenas 7 anos, recebeu alta hospitalar no último domingo (6), após passar dez dias internado no Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol), em Goiânia. Ele foi vítima de um tiro que o atingiu na boca, durante um tiroteio ocorrido no dia 27 de setembro, em frente à sua casa, no Setor Independência Mansões, em Aparecida de Goiânia.

Na noite do incidente, Davi estava acompanhado de sua mãe e irmão mais novo, quando foi atingido por uma bala perdida. O tiroteio teria sido causado por uma briga entre membros de uma torcida organizada, que passaram atirando de motocicleta em direção a um grupo próximo à casa da criança. Infelizmente, Davi foi atingido gravemente na boca.

Logo após o disparo, o pai da criança a socorreu, levando-o imediatamente ao hospital. Davi foi submetido a uma cirurgia para retirar o projétil alojado em sua boca sendo colocado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde ficou entubado nos primeiros dias após a operação. Além da bala, ele perdeu quatro dentes e continua com o rosto marcado por cicatrizes.

Apesar dos desafios, a recuperação de Davi foi considerada positiva pelos médicos. O menino relatou sua experiência difícil durante o período de internação, explicando que orava para voltar para casa e pedindo constantemente à sua mãe para o levar embora. Ele contou dizer: “Mãe, eu quero ir embora. Mãe, me busca. Eu estava orando, aí vim embora. Eu falava, Deus, tira eu daqui, Deus, por favor”, com a fala ainda um pouco comprometida.

Agora, de volta ao convívio com sua família, Davi continua animado e ansioso para brincar com seus irmãos mais velhos, de 11 e 12 anos, embora ainda precise passar por diversos exames e sessões de fisioterapia para se recuperar totalmente. A mãe de Davi relatou que, embora o menino já esteja em casa, o trauma físico e psicológico do incidente ainda é visível, e a família está focada em sua plena recuperação.

O caso continua sendo investigado pela Polícia Civil de Goiás, e os responsáveis pelo tiroteio que feriu Davi ainda não foram identificados. A violência que envolveu membros de uma torcida organizada continua sendo o foco das investigações, mas até o momento, não houve prisões.

A família de Davi e a comunidade local expressaram sua gratidão pela recuperação do menino, mas seguem buscando justiça para o que aconteceu. Enquanto isso, Davi tenta retomar sua rotina, cercado pelo amor e apoio de seus familiares.

Este caso é mais um exemplo preocupante da escalada da violência que afeta as famílias e comunidades de Aparecida de Goiânia, e as autoridades seguem empenhadas em encontrar os culpados por esse crime que chocou a região.